Diversos estudos comprovam que as vendas do e-commerce no Brasil crescem em todas as classes sociais. É o caso de estudo da E-bit|Nielsen, demonstrando que as vendas online em 2021 devem alcançar o crescimento de 26%, com faturamento de R$ 110 bilhões.
Diante desse crescimento e de um consumidor que está mais exigente por entregas mais rápidas, é importante estar alerta quanto à necessidade da criação de novos modelos de operações que sejam capazes de prevenir roubos de mercadorias em áreas de risco, principalmente nas grandes capitais brasileiras, como São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Belo Horizonte (MG), entre outras.
Importantes empresas do setor do e-commerce têm enfrentado constantemente “cancelamentos de CEPs”. Ou seja, por conta de altos índices de roubos em uma determinada rua ou avenida, deixam de comercializar ali seus produtos, o que infelizmente gera perdas para cada negócio. Com isso, automaticamente, mesmo que não queiram, algumas empresas acabam entrando no quesito de “exclusão social” – quando uma marca deixa de atender potenciais consumidores por conta dos roubos, para evitar prejuízos ao próprio negócio.
Neste contexto de crescimento do e-commerce e insegurança das nossas cidades, temos as áreas de risco que concentram milhões de consumidores, ávidos por compras e que não podem deixar de ser atendidos pelas empresas. Para reduzir furtos e roubos durante as entregas de mercadorias/encomendas adquiridas pela internet em ruas e avenidas com altos índices desses crimes, nosso time tem se dedicado ao desenvolvimento de novos modelos de logística, que consideram dinâmicas integradas de hubs avançados e transporte especializado para minimizar a perda de mercadorias.
Como prevenir roubos de mercadorias?
A partir de um modelo de logística desenhado com base nas necessidades da operação de cada região, é possível prevenir e reduzir roubos de mercadorias nas principais áreas de risco no País, como em Paraisópolis, Brasilândia e Cidade Tiradentes (SP), e Cidade de Deus (RJ), entre outras.
Com a implementação de um transit point e a mimetização do last-mile, é possível parcelar
as rotas em diversas pernas. Dessa forma, o número de sinistros e a perda de pacotes por sinistro podem cair drasticamente.
É uma mudança simples, mas muito estratégica, que deve contar com uma estrutura de hubs logísticos/postos avançados próximos a regiões de risco, permitindo, assim, maior capilaridade de entrega para as regiões mais afastadas e com maiores índices de roubos. Ou seja, uma marca não precisa deixar de atuar em uma determinada área com grande potencial de consumo.
Um case de sucesso em áreas de risco
Um dos grandes cases que nós, da Unlog, tivemos a oportunidade de liderar foi na Brasilândia. Inicialmente, nosso cliente despachava motoristas com volume de 80 pacotes diretamente de seu CD na Vila Guilherme e, muitas vezes, quando a rota passava pela área de risco, acontecia algum tipo de roubo. Em muitos casos, o e-commerce perdia cerca de 90% dos pacotes da rota.
Com a implementação da dinâmica integrada de hubs avançados, transporte mimetizado e rotas parceladas, no período de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021, conseguimos reduzir de 26 para apenas dois roubos. Já as mercadorias roubadas caíram de 1.151 para 59 unidades.
A Unlog possui hubs avançados que permitem uma guarda provisória das mercadorias enquanto os motoristas realizam suas rotas de entregas. Na prática, a mágica não é tão simples quanto alugar um imóvel da área de risco. A localização dos hubs da Unlog é determinada estrategicamente, com base em um estudo prévio de mobilidade e comportamental do entorno, que considera vários fatores como, por exemplo, locais próximos às bases da Polícia Militar, que automaticamente trazem a sensação de mais segurança.
É importante enfatizar que os processos desenhados para atender essas áreas de risco envolvem muitos pontos, como motoristas treinados e acompanhamento em tempo real de cada uma das rotas, realizadas pela transportadora parceira, Uncargo. Nosso back-office fica em contato em tempo real com cada motorista, para checar se há algum risco iminente ou problema com cada entrega, além de fazer um mapeamento constante da região/rua. Um processo vivo, no qual identificamos pontos de atenção e horários que devem ser evitados, pois apontam maior risco para a entrega da mercadoria e para a segurança do próprio motorista.
Diante da nossa vivência, fica claro que o expressivo crescimento que o varejo online vem vivenciando ainda é pequeno, se considerarmos o potencial de novos clientes que ainda nem fazem parte da base de CEPs atendidos. Resta ao embarcador apostar nesse público, que está ávido por consumir online.
Artigo desenvolvido por Thiago Rodrigo Altran, Head of Business Development da Unlog, especializada na criação de hubs avançados de distribuição, e da Uncargo, transportadora focada em demandas ”next day” e “same day delivery” para os mercados B2C, D2C e B2B.
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